quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Para Luíza [AGDL]

Pretensiosamente afirmo que toda forma afetiva de se relacionar com o outro é cósmica, transcendente e remete a um outro, Totalmente Outro. Somos configurados para não vivermos sós. São em nossas ambiguidades que fazemos essa experiência, experiência na vida, em vida, que é escrita por nós artesãos humanos, enriquecida por adjetivos, verbos, carregados, impregnados de nós mesmos que temos em nossa constituição a beleza de sermos criados e criadores.
Essa reflexão é endereçada a todos os homens e mulheres de “boa vontade”, que na configuração de “imagem e semelhança”, são todos provocados a criar e a reciclar o que nos foi dado, o que nos incumbido individualmente e coletivamente.
Ciclos se findam, ciclos se iniciam numa aspiralada onda, onde os afetos podem trazer razão para a nossa relação cósmica. Afetos que ao longo de nossa caminha, podem ser reciclados, resignificados, até mesmo desabrochados, plenificados.
Somos tudo o que vivenciamos até este exato momento, não devemos nos envergonhar de nossa trajetória, nem de nosso passado, nem de nosso presente. Fico com um provérbio popular que diz: “o futuro a Deus pertence”. A ele pertence e a nós é dada a liberdade, a alteridade de dinamizá-lo, de fazê-lo hoje, algo que traga significado e esperança para os que nos sucederão. É um “já” e um “ainda não”. Um futuro com cheiro de coisa boa, que hoje mesmo exala esse odor fresco.
Que essa novidade, que vem como onda sobre a “Luíza”, possa através de suas mãos, pés, olhos, boca, coração, razão, paixão. Possa nos afetar, possa criar em nós um desejo de maior comprometimento com o outro. Que os órfãos, as viúvas e os estrangeiros citados por homens do passado, possam ser reconfigurados, inseridos, reinseridos em nossa “nova humanidade”, que gera multidões de excluídos. Excluídos pela orientação: sexual, religiosa, política, econômica, artística etc.
Deixo essa conversa poética, afetiva do Filho para a filha Luíza e para todos os filhos e filhas que se identificam com os excluídos, marginalizados e empobrecidos. Finalizo com essa linda oração de Carlos Alberto Rodrigues Alves:

"Prece ao Pai"

PAI, que na paixão maior, no céu eterno nos geraste e nos acalentaste.
ESTÁS NOS CÉU do sol e da lua, do chão e da rua.
SANTIFICADOS sejam teus braços que entre abraços, faz-nos de seres solitários, irmãos solidários.
VENHA A NÓS O TEU REINO presente em nossas saudades e utopias, carentes de afetos e de alegrias.
SEJA FEITA A TUA VONTADE de pai que se apaixona, de carinhosa mãe que se emociona.
O AMOR NOSSO DE CADA DIA, faz-nos viver tão terna e eternamente no corpo, na alma e na mente, dia-a-dia infinitamente.
E NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO de fazer qualquer coisa sem paixão, sem ouvir as razões do coração.
MAS LIVRA-NOS DO MAL da omissão, da apatia e dos desencantos, da opressão, da antipatia e dos horrores tantos.
POIS TEU É O REINO do Bem, do Bom e do que é Belo.
O PODER que dá vida e para a Vida nos convida
E A GLÓRIA, que entre lutas inglórias faz ser Tua nossas histórias
PARA SEMPRE E SEMPRE. 
AMÉM.

Terça, 15 de Fevereiro de 2011.

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