quinta-feira, 24 de maio de 2012

Além do que se vê

Composição: Marcelo Camelo

Moça, olha só, o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê
Sei, que a tua solidão me dói
E que é difícil ser feliz
Mais do que somos todos nós
Você supõe o céu
Sei, que o vento que entortou a flor
Passou também por nosso lar
E foi você quem desviou
Com golpes de pincel
Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça
Toma o teu, voa mais
Que o bloco da família vai atrás
Põe mais um na mesa de jantar
Porque hoje eu vou "praí" te ver
E tira o som dessa TV
Pra gente conversar
Diz pro bambo usar o violão
Pede pro Tico me esperar
E avisa que eu só vou chegar
No último vagão
É bom te ver sorrir
Deixa eu ver à moça
Que eu também vou atrás
E a banda diz: "assim é que se faz!".

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Los Hermanos - "Coletânea Re-Trato" (2012)

Disco 1

1. Todo Carnaval Tem Seu Fim – Do Amor
2. Vento – Quarto Negro
3. Morena – Tiago Iorc
4. Retrato pra Iaiá – nana
5. Último Romance – Graveola e o Lixo Polifônico
6. A Outra – Estrela Ruiz Leminski e Téo Ruiz
7. Condicional – Pélico
8. Além Do Que Se Vê – Cohen e Marcela
9. Primavera – Banda Gentileza
10. Deixa o Verão – Tibério Azul
11. Tá Bom – 5 a Seco
12. A Flor – Nervoso e os Calmantes
13. Anna Júlia – Velhas Virgens

Bônus Tracks:

14. Dois Barcos – A Banda Mais Bonita da Cidade
15. Onze Dias – Rafael Castro
16. Azedume (instrumental) – Fusile
17. Anna Júlia (english version) – Velhas Virgens

Disco2

1. Um Par – Dan Nakagawa
2. Cara Estranho – Leo Fressato
3. Sentimental – Phillip Long
4. Fingi na Hora Rir – Nevilton
5. Do Sétimo Andar – Érika Machado
6. De Onde vem a Calma – hidrocor
7. O Vencedor – Rodrigo Del Arc e Galldino
8. O Velho e o Moço – Maglore
9. Samba a Dois – Jô Nunes
10. O Pouco que Sobrou – Bárbara Eugênia
11. Conversa De Botas Batidas – Cícero
12. Pois é… – Transmissor
13. Casa Pré-Fabricada – Lula Queiroga

Bônus Track:

14. Morena – Wado
15. É de Lágrima – João e os Poetas de Cabelo Solto
16. Adeus Você – Nuvens

terça-feira, 22 de maio de 2012

Papo de Boteco [AGDL]



"Masturbação, Café e Teologia" faz uma pequena homenagem a todos os apaixonados que se debruçam, se encontram, se reencontram, se descobrem, que se identificam com a potencialidade da “mesa”, que em sua multiforme pode significar algo novo, principalmente quando acoplada às relações, aos momentos descontraídos, descompromissados, onde a alegria, o desabafo, os pecados inconfessáveis (confessados), a entrega ao outro possui um valor que transcende a sua forma utilitária. Nesse sentido seguiremos os passos deixados pelo maior frequentador de mesas da história, apelidado por alguns de “beberrão e comilão”. Foi mal visto, difamado por andar, por se envolver com pessoas pouco usuais para sua cultura, para sua época.
Relacionado à vivência de Jesus, o Jesus de Nazaré (o mesmo descrito na Bíblia dos cristãos católicos, ortodoxos, protestantes e em alguns livros apócrifos), tocante a sua forma de valorizar a vida humana, não posso deixar de explicitar a mesa como símbolo de uma parte de um todo que está relacionada diretamente ao tecido social, a sociedade. Da “mesa” (lugar teológico) podemos extrair pérolas que ainda hoje podem trazer significação para a nossa existência. Nesse sentido destaco a importância da “comensalidade” como uma palavra que traduzirá, sintetizará a proposta desse pequeno texto, onde a mesa irá ornamentar o nosso “papo-furado”, o nosso bom e velho "papo de boteco”.
A palavra comensalidade na sua radicalidade significa comer e beber juntos, é estar em comunhão num espírito, numa motivação celebrativa diante dos desafios da vida, onde a mesa é uma das fontes de renovação tida como um “dever celebrativo” que se expande, se dilata para a sociedade. Essa realidade é sonhada, é construída, é compreendida gradativamente na história, só que de forma inacabada, em aberto (escatológica), num vir-a-ser constante comportando ambiguidades e mazelas humanas.
Cito Boff*:
“Hoje mais da metade da humanidade não tem acesso ao comer e ao beber; Vivemos numa humanidade flagelada, com 800 milhões de famintos, quase dois bilhões de subnutridos, com bilhões de pessoas sem água potável e dois bilhões de sem água tratada; no mesmo dia do incidente da queda das torres gêmeas em Nova York, morreram exatamente 16.400 crianças abaixo de cinco anos, morreram de fome e desnutrição, no dia seguinte e outro dias sucessivamente durante todo o ano, 12 milhões de crianças foram vitimadas pela fome”.
A realidade da mesa foi sonhada, praticada por Jesus numa experiência “antropofágica”, onde o “faminto de Nazaré” comeu, se nutriu do que havia de mais particular nas casas, nos vilarejos, nas ruas, nos botecos por onde passou, desde a sua casa até os bairros, cidades mais longínquas,  isto é, Jesus comeu, bebeu se fartou da cultura na qual estava inserido e a transformou. Ele criou, fez algo novo a partir da mesma.
Em sua vida Tradição e Vanguarda estavam em sua panela, em seu prato. Da mesma forma (comer e criar a partir de), vivida por seus discípulos e ainda hoje podendo provocar, impulsionar algo novo, transformador na humanidade. O que Jesus de Nazaré vivenciou foi um “Já e um ainda Não Gastronômico” de uma realidade simples, caseira, possível. Jesus radicaliza essa experiência se encarnando, se nutrindo, não apenas de uma parte do ser humano, mas do ser humano integral. E todos nós hoje podemos nos alimentar, deglutir, digerir, nos nutrir de sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Mesa (local simbólico) onde se realiza a comensalidade pode ser compreendida numa chave de leitura que faz referências profundas na orientação, na construção da vida humana. Nesse objeto as perspectivas: estética, existencial, simbólica, espiritual se encontram num grande e demorado abraço. Na realidade esse ato pontencializador é um cerimonial informal dos comentários dos fatos “banais” cotidianos, das opiniões sem censura sobre os acontecimentos. É um local prazeroso onde a vida é rememorada. Esse grande abraço, esse belíssimo “ritual antropofágico” pode incorporar também os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, isto é, “os excluídos, os pobres do Senhor” fazendo referência a outras épocas (AT e NT), e ainda hoje podendo ser reconfigurados em outras “categorias”.
Os alimentos e as bebidas (“elementos”) que embelezam a mesa transcendem a materialidade (sem deixar de valorizá-las), são símbolos de nosso encontro e comunhão com a vida, com o Deus da Vida. O gesto fundamental dessa antropofagia é o serviço voluntário, solidário (diaconia), é o partilhar do alimento e da bebida (valorizando todas as etapas, até a sua chegada à mesa, fruto do suor, da produção humana), com outro. É ético e solidário que todos se alimentem, se sirvam, zelando para que o alimento chegue suficientemente a todos (“diaconia gastronômica”).
Nessa “dinâmica gastronômica” as ambiguidades, as sombras, as tensões, os conflitos podem se instaurar. O ser humano ao longo da história vem fazendo substituições, trocas em relação à valoração da mesa. Há uma banalização, deturpação, há uma falta de bom senso, de senso comunitário, nesse sentido a mesa (local simbólico) perde a sua dimensão sacramental. Daí podemos visualizar uma realidade (“Anti-mesa”) em muitas mesas de bar, de faculdades, de hospitais, de escolas, de igrejas, de instituições, de negociações, de jogos, de discussões e de debates, de câmbio, de concentração de interesses, entre outras.
É preciso resgatar a importância da comensalidade e da inter-relação livre e desinteressada. Vemos tal importância em muitas mesas judaico-cristãs onde os patriarcas, os profetas, os apóstolos, os evangelistas, os poetas, as pessoas simples, "anônimas" registraram alguns diários de bordo (Sagrada Escritura), trazendo para o leitor a relação íntima do povo, da comunidade com o Deus de Jesus de Nazaré. Como cristãos e não cristãos não podemos, não devemos nos abster de um grande banquete de abrangência cósmica, onde a mesa está relacionada ao Reino de Deus, onde o próprio Jesus de Nazaré convidou, provocou homens, mulheres, crianças, idosos, jovens, adolescentes (todos) para uma “experiência gastronômica” significativa, fundamental.
         Encerro esse papo de boteco com a citação de Morin, contida no livro de Leonardo Boff*, onde explicita o fato de ter havido uma transição no que diz respeito à comensalidade:
“A especificidade do ser humano surgiu de forma misteriosa e de difícil reconstituição histórica. Entretanto, etnobiólogos e arqueólogos nos acenam para um fato singular. Quando nossos antepassados antropoides saíam para recoletar frutos, sementes, caças e peixes não comiam individualmente o que conseguiam reunir. Tomavam os alimentos e os levavam ao grupo, e aí praticavam a comensalidade: distribuíam os alimentos entre si e os comiam grupal e comunitariamente. Portanto, a comensalidade, que supõe a solidariedade e a cooperação de uns para com os outros, permitiu o primeiro salto da animalidade em direção à humanidade. Foi só um primeiríssimo passo, mas decisivo porque coube a ele inaugurar a característica básica da espécie humana, diferente das outras espécies complexas (entre os chimpanzés e nós há apenas 1,6% de diferença genética): a comensalidade. Essa pequena diferença faz toda uma diferença. A comensalidade que ontem nos fez humanos continua tal tarefa ainda hoje”.

*Utilizo como fonte de inspiração, o livro “Virtudes para um outro mundo possível – Volume III: Comer & Beber Juntos & Viver em Paz, do Leonardo Boff, pp. 9-24.

domingo, 20 de maio de 2012

sábado, 19 de maio de 2012

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Wanda Sá - Jesusmania (2009)

Canção por acaso

Composição: Adriana Calcanhoto

Sem ordem
Sem harmonia
Sem belo
Sem passado
Sem arte
Sem artéria
Sem matéria
Sem artista
Sem voz
Sem formato
Sem escalas
Sem achados
Sem sol
Sem tom
Sem melodia
Sem tempo
Sem contratempo
Sem mito
Sem rito
Sem ritmo
Sem teoria
Uma canção por acaso
Uma música sem som
Uma canção por acaso
Uma canção
http://www.adrianacalcanhotto.com/index.php

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Carta poliamorosa [AGDL]

Nessa carta venho apresentar a minha "irracionalidade" em relação ao meu desejo, anseio em dar andamento aos meus enamoramentos, não posso negar que o meu ser, que a minha ontologia é “poliamorosa”, ou vulgarmente falando “vira-lata”, frente a benção que é a vida. Declaro algo sincero e singelo para a minha “mais nova paquera”. Na minha caminhada venho descobrindo, experimentando o sabor, o perfume dessa "linda moçoila". Muitas vezes inspiradora, iluminadora, até mesmo irritante, pois ela me provoca para ir além, para um “não-lugar”, que parece muitas vezes tenebroso, sem fundamento. Essa safada me desinstala, me põe em cheque e me faz sentir vontade de me integrar - entregar no Todo, mesmo que suspirando por outros namoricos, sem falar na minha Dona.
No iniciozinho tive muita dificuldade em “compreendê-la”, me lembro do meu primeiro encontro, onde ao abrir a porta da sala fui surpreendido por sua estranheza. Pensei que não iria dar contar em relação a pré-requisitos práticos e teóricos, fruto de minha imaturidade, de minha virgindade. Na verdade penso que fui “batizado”, “iniciado” em algo, por ela, nela. Meu coração era um “analfabeto filosófico”. Sei que ainda pouco sei de suas virtudes e vicissitudes, mas pretendo “ignorar” a minha imaturidade filosófica, me pondo a mergulhar, a adentrar em seu vasto oceano, que pode muito ser articulado com o da "Patroa", ou melhor, com as “Virtudes” da “Mulher da minha vida” com quem me deito há mais de sete anos e não me canso de seu aconchego, gemidos e sussurros ao pé do ouvido.
Também declaro em alta voz a minha paixão pela Teologia, pois a recíproca não se deu tão rapidamente pela Filosofia, pelo contrário, me relacionava com ela para “fazer média”. Aos poucos a fui paquerando, a conhecendo mais e mais. Nesse sentido beijei e fui beijado, toquei e fui tocado por: Heidegger - o existencialista arrebatador; Walter Benjamin - e a sua irreprodutibilidade apaixonada pela arte; Kant - na sua sofisticação estética; Aristóteles - no seu modo particular de pensar o teatro; Nietzsche - o “on the bech”, talvez o mais desconcertante e apaziguador de todos entre outros.
É justo que eu explicite que a Teologia foi e continua sendo o Tesão, o Êx-tase da minha vida.  Pensei em me relacionar com o “Serviço Social”, com a “Psicologia Social”, mas tive reservas. Nessa relação teria que investir muito de mim e não foi esse o meu objetivo em relação a ambas. A "linda moçoila" em conjunto com a minha "Patroa", além de comportar, incorporar o que foi descrito acima, com certeza me viabilizará novos vôos.
Desejo me esmerar, me perder, num fruir, num momento de minha vida onde as minhas pulsões desejam muito articular partes fundamentais de minha essência, nesse sentido falo da música, da literatura, do teatro, das artes plásticas, da cultura brasileira, da sexualidade etc. São essas as minhas maiores motivações hoje integrar, articular, fruir, num lindo dar as mãos de meu Amor com minha mais nova paquera.

sábado, 12 de maio de 2012

All you need is love

Composição: John Lennon & Paul McCartney

Love, love, love
Love, love, love
Love, love, love

There's nothing you can do that can't be done
Nothing you can sing that can't be sung
Nothing you can say, but you can learn how the play the game
It's easy

There's nothing you can make that can't be made
No one you can save that can't be saved
Nothing you can do, but you can learn how to be you in time
It's easy

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need
Love, love, love
Love, love, love
Love, love, love

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

There's nothing you can know that isn't known
Nothing you can see that isn't shown
Nowhere you can be that isn't where you're meant to be
It's easy

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need
Love is all you need
Love is all you need
Love is all you need
Love is all you need
Love is all you need
(She loves you yeah, yeah, yeah!)