quinta-feira, 17 de maio de 2012

Carta poliamorosa [AGDL]

Nessa carta venho apresentar a minha "irracionalidade" em relação ao meu desejo, anseio em dar andamento aos meus enamoramentos, não posso negar que o meu ser, que a minha ontologia é “poliamorosa”, ou vulgarmente falando “vira-lata”, frente a benção que é a vida. Declaro algo sincero e singelo para a minha “mais nova paquera”. Na minha caminhada venho descobrindo, experimentando o sabor, o perfume dessa "linda moçoila". Muitas vezes inspiradora, iluminadora, até mesmo irritante, pois ela me provoca para ir além, para um “não-lugar”, que parece muitas vezes tenebroso, sem fundamento. Essa safada me desinstala, me põe em cheque e me faz sentir vontade de me integrar - entregar no Todo, mesmo que suspirando por outros namoricos, sem falar na minha Dona.
No iniciozinho tive muita dificuldade em “compreendê-la”, me lembro do meu primeiro encontro, onde ao abrir a porta da sala fui surpreendido por sua estranheza. Pensei que não iria dar contar em relação a pré-requisitos práticos e teóricos, fruto de minha imaturidade, de minha virgindade. Na verdade penso que fui “batizado”, “iniciado” em algo, por ela, nela. Meu coração era um “analfabeto filosófico”. Sei que ainda pouco sei de suas virtudes e vicissitudes, mas pretendo “ignorar” a minha imaturidade filosófica, me pondo a mergulhar, a adentrar em seu vasto oceano, que pode muito ser articulado com o da "Patroa", ou melhor, com as “Virtudes” da “Mulher da minha vida” com quem me deito há mais de sete anos e não me canso de seu aconchego, gemidos e sussurros ao pé do ouvido.
Também declaro em alta voz a minha paixão pela Teologia, pois a recíproca não se deu tão rapidamente pela Filosofia, pelo contrário, me relacionava com ela para “fazer média”. Aos poucos a fui paquerando, a conhecendo mais e mais. Nesse sentido beijei e fui beijado, toquei e fui tocado por: Heidegger - o existencialista arrebatador; Walter Benjamin - e a sua irreprodutibilidade apaixonada pela arte; Kant - na sua sofisticação estética; Aristóteles - no seu modo particular de pensar o teatro; Nietzsche - o “on the bech”, talvez o mais desconcertante e apaziguador de todos entre outros.
É justo que eu explicite que a Teologia foi e continua sendo o Tesão, o Êx-tase da minha vida.  Pensei em me relacionar com o “Serviço Social”, com a “Psicologia Social”, mas tive reservas. Nessa relação teria que investir muito de mim e não foi esse o meu objetivo em relação a ambas. A "linda moçoila" em conjunto com a minha "Patroa", além de comportar, incorporar o que foi descrito acima, com certeza me viabilizará novos vôos.
Desejo me esmerar, me perder, num fruir, num momento de minha vida onde as minhas pulsões desejam muito articular partes fundamentais de minha essência, nesse sentido falo da música, da literatura, do teatro, das artes plásticas, da cultura brasileira, da sexualidade etc. São essas as minhas maiores motivações hoje integrar, articular, fruir, num lindo dar as mãos de meu Amor com minha mais nova paquera.

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