“Masturbação, Café e Teologia” mais uma vez destaca o artista plástico brasiliense Ricardo Gomes. Nesta apresentação o veremos em doses homeopáticas, numa espécie de hiato artístico. São poucas as pistas desse “novo Ricardo” e de seus “novos homens e mulheres” que estão por vir. Também poderemos ver uma entrevista realizada no ano de 2010, publicada carinhosamente em seu site pessoal.
O que pude perceber desse “novo Ricardo” é que artisticamente ele incluiu o uso de instrumentos tecnológicos para o seu processo criativo, "deixando de lado" o perfume, a textura, a sujeira das tintas. Nessa virtualização de seus sentidos vemos a transparência e a simplicidade emergirem nesse “hoje” de Ricardo.
“Os homens de Ricardo”, nesse momento se mostram mais frágeis, desarmados de sua força fálico-anárquica. Parece que há uma intensificação de uma busca e descoberta interna no que diz respeito ao masculino, ao ser humano.
Nesse “esboço” não há “anjos” (caídos ou não), “santos” (12 apóstolos), “pecadores” (ou excluídos socialmente). Arrisco em deduzir que há uma reconfiguração no que diz respeito à temática religiosa. Ouve-se um silêncio de seus personagens, um ar de mistério, um sono profundo (revelando dessa forma a sua espiritualidade).
Nessa breve exposição é anunciada um suicídio. Por mais absurdo que poça ser, quem morre, quem se mata é o próprio artista. Seria essa morte uma morte simbólica, ideológica, política, religiosa de uma visão unívoca do ser humano? Ou seria um novo nascimento repleto de esperança, de desejos, de coisas fundamentais para a vida, como: a amizade, a alegria, a poesia, o companheirismo, a afetividade?
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